sáb. jun 10th, 2023

Pessoas no Japão fizeram um minuto de silêncio para homenagear as vítimas de um evento catastrófico. Há 75 anos, um avião de guerra dos Estados Unidos lançou uma bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima.

Embora medidas de segurança por causa do coronavírus estejam em vigor, a pandemia não impediu que as pessoas refletissem sobre a tragédia e orassem pela paz mundial.

Um sobrevivente do bombardeio, de 91 anos, disse: “Quando pensamos sobre aquela época, é algo trágico e cruel. Este tipo de tragédia jamais deveria ocorrer novamente.”

Cerca de 800 pessoas participaram da Cerimônia do Memorial da Paz de Hiroshima, incluindo sobreviventes da bomba conhecidos como hibakusha. Eles estão com a idade cada vez mais avançada, com uma média etária superior a 83 anos.

Representantes de 80 países também estiveram presentes. Devido à pandemia, o número de pessoas que compareceram ao evento foi limitado a menos de um décimo do normal.

O prefeito de Hiroshima, Matsui Kazumi, depositou uma lista com os nomes das vítimas em um cenotáfio. Incluem-se na lista os nomes de 4.943 sobreviventes que morreram nos últimos 12 meses. Atualmente, um total de 324.129 pessoas são homenageadas no monumento.

Às 8h15, a cidade fez um minuto de silêncio. Esse é o momento exato em que a bomba americana atingiu Hiroshima.

Na declaração de paz, o prefeito exortou líderes mundiais a trabalhar em prol de um sistema que não seja dependente de armas nucleares.

Matsui disse: “Na condição de único país a sofrer um ataque nuclear, o Japão precisa persuadir as pessoas em todo o mundo a se unir com o espírito de Hiroshima. Para ampliar o papel da cidade como mediadora entre Estados detentores e não detentores de armas nucleares, eu peço ao governo japonês que atenda aos apelos dos hibakusha, que é firmar, ratificar e se tornar signatário do Tratado de Proibição de Armas Nucleares.”

Potências nucleares como os Estados Unidos e a Rússia não apoiam o tratado. O Japão, por sua vez, que depende da proteção nuclear americana, não o firmou.

O primeiro-ministro Abe Shinzo sustenta que o Japão não vai aderir ao tratado das Nações Unidas. Ele disse que o objetivo do tratado de abolição das armas nucleares é o mesmo de seu país, mas que suas respectivas abordagens são distintas.

Abe disse: “Ao passo que nós aderimos aos Três Princípios Não Nucleares, o nosso país servirá como uma ponte entre nações que adotam posições diferentes e persistirá na realização do diálogo, motivando-as a agir. Desse modo, vamos liderar os esforços empreendidos pela comunidade global visando concretizar um mundo livre de armas nucleares.”