sáb. jun 10th, 2023

O Japão fechará a maioria de suas antigas usinas a carvão na próxima década, à medida que reduz as emissões de carbono e passa a usar mais energia renovável, disseram fontes do governo na quinta-feira.

O Japão, com poucos recursos, depende de carvão para cerca de um terço de suas necessidades energéticas. Dos 140 geradores a carvão do país, 114 são mais antigos e considerados de baixa eficiência. O governo pretende colocar cerca de 100 deles offline em etapas até o ano fiscal de 2030.

O ministro da Indústria, Hiroshi Kajiyama, abordou a idéia em uma reunião na quinta-feira com os chefes das maiores empresas de eletricidade do Japão, segundo uma autoridade do Ministério da Economia, Comércio e Indústria. Kajiyama deve anunciar a mudança já na sexta-feira.

O ministério planeja criar um painel de especialistas para encontrar maneiras de afastar as concessionárias de energia elétrica do carvão, com uma opção sendo a definição de cotas para a quantidade de eletricidade que eles podem produzir usando geradores de baixa eficiência.

O governo promoverá energia solar, eólica e outras formas de energia renovável, que fornecem apenas 17% da geração de eletricidade do Japão, além de procurar reiniciar mais reatores nucleares que foram interrompidos após a crise de Fukushima em 2011.

Sob seu Plano Estratégico de Energia, lançado em 2018, o Japão pretende reduzir sua dependência de carvão de 32% para 26% até o ano fiscal de 2030, ao mesmo tempo em que aumenta as energias renováveis ​​para 22 a 24% e a energia nuclear de 6% a 20% a 22%. o mesmo período de tempo.

O país continuará a usar carvão porque está menos sujeito a riscos geopolíticos e é mais econômico do que o petróleo, de acordo com o plano. Vinte e seis dos geradores a carvão existentes no Japão são considerados de alta eficiência e outros 16 estão em construção.

“Ainda há uma brecha para as concessionárias de energia elétrica continuarem usando carvão. É preciso fazer mais para combater o aquecimento global”, disse Kimiko Hirata, diretora internacional da Kiko Network, um grupo ambiental de Tóquio e Kyoto.

O Japão foi criticado por se esforçar para reduzir as emissões de carbono, sendo o único membro do Grupo das Sete nações industrializadas que ainda busca novas usinas a carvão.

Em dezembro passado, o país recebeu duas vezes o prêmio “Fóssil do Dia” de um grupo ambientalista por se recusar a parar de usar carvão durante uma conferência da ONU sobre mudanças climáticas em Madri.

Em março, manteve sua meta de uma redução de 26% em relação aos níveis fiscais de 2013 até o ano fiscal de 2030, de acordo com o Acordo de Paris, apesar dos apelos para estabelecer uma meta mais ambiciosa.

O Japão também está promovendo sua tecnologia de carvão nos países em desenvolvimento, argumentando que algumas partes do mundo ainda não podem se dar ao luxo de deixar o carvão e que melhorar a eficiência é uma opção mais realista.